Fabrizio Matos e Israel Pimenta são fundadores do coletivo Pedra no Rim. De colegas na FBAUP passam a fazer colaborações em pequenos projetos artísticos no final dos anos 90, desde então que habitam o Bonfim onde decidiram começar este projeto. As peças contam a história do tempo no Bonfim. Cada peça tem uma história ou uma crítica e pode ser um anti-souvenir ou um mapeamento.
Vamos tentar explicar, pelo menos, o que achamos que não somos: uma vista alegre. Somos antes um olhar triste, para o chão, para os passeios, para as ruas, para os jardins. Olhamos para o Bonfim com um olhar político, sarcástico, poético, sem esquecer a génese do projecto — transformar o grotesco em algo belo, em Cerâmica!, pelo menos cerâmica que nos agradasse.
Desde 2019, a Pedra no Rim faz cerâmica no Bonfim — uma freguesia histórica e simbolicamente rica. Habitada desde o século XIX por trabalhadores da classe operária, oriundos de várias zonas circundantes, o Bonfim tem uma longa tradição na indústria cerâmica e nas artes e ofícios. É no quotidiano que nos inspiramos. Nisso, e nas transformações em curso nesta freguesia. . As peças surgem a partir de comentários satíricos ou observações, e dos despojos encontrados que vão do grotesco ao belo.
As peças da Pedra no Rim são únicas. Apesar de existirem séries muito limitadas de objectos, mesmo esses apresentam diferenças visto que todas as peças são manualmente executadas e fazemos questão de as diferenciar. As peças são cosidas a 1080º e são à escala do objeto encontrado. O valor das peças está indexado ao salário mínimo nacional e a sua valorização acontece quando o salário mínimo sobe. Fica o estrangeiro a saber e para o português não esquecer.
Para adquirir uma peça da Pedra no Rim, basta enviar um email com o nome da peça pretendida. Se estive disponível, a peça pode ser levantada no estúdio ou enviada (dependendo da morada).